Não se pode dizer que a cidade holandesa de Wageningen está bem localizada na Europa e oferece acesso fácil a todas as principais cidades europeias. Ainda assim, em termos de mobilidade e distância entre as cidades, há diferenças gritantes em relação ao Brasil, mas eu diria também em relação a Portugal no que tange a extensão da malha ferroviária (comboios). Wageningen não tem estação própria, apenas divide o nome com a Estação Ede-Wageningen localizada no município de Ede (10km), mas com fácil acesso por meio dos ônibus da Connexxion a partir Estação Wageningen, quem fica bem no centro da cidade.
Inicialmente vamos responder àquela velha questão: Qual a forma mais barata de viajar pela Europa? Simples, de ônibus (autocarro). Isto mesmo, tal como estamos acostumados no Brasil, mas com uma diferença significativa, a qualidade das estradas. Por isto, se você é bolsista e quer economizar muitos euros, tiver paciência e souber aproveitar os finais de semana, as folgas e os feriados (raros na Holanda), a melhor e primeira opção é viajar de ônibus mesmo. Como fazer isto? Visite o site da Eurolines e veja os destinos possíveis, preferencialmente a partir de Utrecht ou Arnhem, dependendo do destino. Novamente mais um problema em Wageningen, não há partidas de ônibus da Eurolines, apenas conexões regionais que levam às cidades vizinhas (Arnhem, Utrecht, Veenendaal, Tiel, Ede). Em relação aos preços, para fins de exemplo, uma passagem de ônibus a partir de Utrecht para Paris pode custar 28 euros ida e volta, ou seja, considerando a passagem de ônibus Wageningen-Utrecht, 5,40 ida e volta, o gasto total de uma viagem para Paris será de 33,40 euros por pessoa; para Londres, também a partir de utrecht, ida e volta, 31 euros (+ 5,40, total 36,40 euros).
Para viagens dentro da Holanda, para destinos como Amsterdam, Haia (Den Haag), Rotterdam, Delf, Maastrich, etc, a melhor opção mesmo é viajar de trem, especialmente para os que fizerem o cartão da NS, que pode dar até 40% de desconto em viagens dentro da Holanda e 15% em outros países (a verificar em cada caso). Para verificar os horários, tempo de viagem e valores basta visitar o site da NS. Tendo Amsterdam como exemplo, uma passagem ida e volta pode custar de 15 a 25 euros ida e volta, dependendo dos descontos. Mas atenção! Há condições especiais para usufruir dos descontos, e nem adianta bancar o esperto e tentar comprar com descontos sem o cartão, pois já vi gente ser convidada a se retirar do trem ou pagar altas multas pelo não cumprimento das regras; neste caso a esperteza sai bem cara.
De trem também se é possível viajar para outros países, e para este fim o site indicado é o NShispeed, onde com antecedência se é possível comprar passagens também a preços módicos, como por exemplo o trajeto Ede-Wageningen – Bruxelas, que pode sair até por 29 euros ida e volta. Bruxelas, aliás, é um bom roteiro por se tratar de uma viagem que pode ser feita em um ou dois dias, assim como Colônia na Alemanha, que está a apenas duas horas de Wageningen e na promoção chega a custar 30 euros por pessoa ida e volta. Viagens para cidades como Paris, Londres e Berlim já começam a apresentar preços mais salgados quando feitas de trem, assim é preciso mensurar a relação custo-benefício-tempo de viagem, para definir qual a melhor formar de viajar. Contudo, com uma boa antecedência de compra (2 meses), uma viagem de Ede-Wageningen para Londres pode sair até por 99 euros. Não custa lembrar que todos os valores acima referem-se a tickets na segunda classe, mas se o viajante quiser mais comodidade, pode pagar um pouco a mais para não correr o risco de viajar em pé. Como?! Em Pé? Isto mesmo, a segunda classe aqui é lotada e não tem lugar reservado, especialmente em dias úteis, assim prepare-se para a possibilidade de viajar em pé ou sentado nas escadarias.
Mas dependendo do destino, uma viagem de ônibus ou de trem pode ser muito cansativa ou requererá muito tempo e paciência. Para estes casos vale a pena considerar as viagens aéreas, especialmente nas chamadas low costs, que apresentam excelentes preços, mas requerem um cuidado extremo com as “entrelinhas” para não se pagar além do previsto. Neste item a primeira Cia aérea que vem à mente e ao bolso é Ryanair, onde se é possível adquirir passagens por menos de 10 euros por trecho (compradas com muita antecedência). Porém a Ryanair tem suas regras consideradas extremistas, se você sair da linha, excedendo os limites da bagagem de mão ou simplesmente não imprimindo seu e-ticket, pode perder de 40 a 60 euros num piscar de olhos. O segredo de viajar numa low cost é seguir as regras do jogo e parar de pensar que para tudo tem jeitinho. Tudo que sai da regra para eles é lucro. A Ryanair não é nada mais do um ônibus que voa, com o agravante que não há numeração nas poltronas – entrou, corra e pegue seu lugar. Outra coisa, se quiser algo dentro do avião, pague! Vale observar que para embarcar pela Ryanair é preciso ir a Eindhoven (30 euros ida e volta a partir de Ede-Wageningen).
Mas nem só de Ryaniar vivem as low costs, segue uma relação das principais empresas na Europa, com atenção especial para holandesa Transavia (que segundo dizem é patrocinada pela KLM) onde os preços são um pouco mais altos, mas há várias possibilidades de pagamento, inclusive via iDeal (pagamento online). Pessoalmente dou preferência aos vôos a partir da Schiphol - Aeroporto de Amsterdam que é considerado o melhor do mundo (27 euros ida e volta da Estação Ede-Wagenigen), mas deve-se analisar caso a caso.
Para alem das low costs há as grandes e tradicionais empresas aéreas do setor, dentre elas a KLM – Royal Ducht Airlines, a qual dou preferência em minhas viagens por ser uma empresa local que dependendo da antecedência da compra oferece bom descontos, com preços a partir de 99 euros ida e volta para destinos como Roma, Paris, Milão Barcelona, Berlim, ou seja, quase o mesmo preço das low costs mas com serviços e comodidade superiores. No site da Agência Schiphol também se é possível consultar e até adquirir passagens para vários destinos.
Caso você não queira esquentar a cabeça, há os pacotes oferecidos pelas agências de viagens, em Wageningen especificamente há duas fortes no setor na Holanda, a Arke e a D-reizen, sendo que pode-se ir direto às lojas físicas (ambas ficam na Hoogstraat 101 e 55 respectivamente) ou visitar os sites, onde há uma infinidade de pacotes que incluem hotéis, transporte, city tour, etc. Novamente cuidado, pacote é pacote, sabe-se lá a qualidade e localização do hotel, sem falar que nas excussões de ônibus, por exemplo, todos serviços são voltados para holandeses, ou seja, com guia turístico holandês, com informações eminentemente em holandês. Para fins informativos, uma excussão de ônibus para Paris por 3 dias (chegada à noite + um dia inteiro + retorno pela manhã), incluindo o hotel e city tour, sai por 99 euros por pessoa. O "porém" neste exemplo está no hotel, que fica no anel rodoviário de Paris, e na próxima linha de metro, que fica a 20 minutos caminhando. Eis que vale novamente a lei do bom senso, vale a pena? Sim, mas o importante é ter sempre todas estas informações claras para evitar frustrações.
A decisão de viagem é um ato pessoal e diretamente ligado ao bolso de cada um. Todos sabemos onde mais aperta o calo e não adiantar querer apertar mais do que se pode aguentar, assim planeje-se, escolha bem destino, calcule bem, incluindo em sua planilha os os traslados ida e volta do aeroporto,estação de trem ou de ônibus. Nunca, eu digo NUNCA, faça uma viagem sem ter pesquisado a fundo para onde vai, com informação sobre transportes públicos, localização do hotel ou local de acomodação, dicas de refeição barata, atrações turísticas, entres outras. Ainda assim, com todo planejamento, alguma coisa sairá do lugar, eis que é preciso estar preparado para imprevistos, e neste caso, tenha sempre alternativas à mão, pois de qualquer forma você estará em outro país além da Holanda (seu lar agora).
Boa viagem!