Em nossa 3ª semana na Holanda recebemos uma carta do ministério da imigração dizendo que nossos cartões de identidade já estavam prontos (residence permit), o único porém seria ter de viajar para ‘S-Hertogenboch (sértorrenbôs), a uns 60 Km de Wageningen. Como de praxe fomos de trem, afinal tudo por aqui é via trem, e assim ao meio dia já estávamos com o verblijfstitel na mão.
Com eu já havia avisado meu orientador de que viajaria para pegar o documento e estava liberado o dia todo, pensei, ”por que não desviar a rota e passar uma tarde em Amsterdam?”, afinal era um lindo raro dia de sol, até estava bem quente para os padrões holandeses (30ºC). Eis que fomos lá, da esquisita S-Hertogenboch para a impressionante Amsterdam, a começar pela estação de trem, um formigueiro com gente de todo o tipo. Como qualquer marinheiro de primeira viagem, compramos um guia ali mesmo na estação (tem de todos os preço e tipos), bastava então encontrar atrações pontuais, pois nosso tempo era curto.
Logo em frente à estação tem os bondinhos e ônibus turísticos, não tem erro, há opções de todo o jeito, no nosso caso optamos pelo City Sight Seeing, não é perfeito, mas ajuda a se encontrar na cidade e é possível subir e descer nas paradas numeradas de 1 a 9. Fizemos o tour e decidimos parar no Museumplein (parada nº 5), por dois motivos, um pela visita ao Museu Van Gogh, outro, pelo famoso letreiro “I amsterdam".
Para quem ama as artes, a visita ao Van Gogh Museum é de tirar o fôlego, o acervo é impressionante, logo na entrada pode-se observar o famoso auto-retrato e iniciar uma viagem no tempo. Vincent Van Gogh decidiu ser um pintor aos 27 anos em 1880 e morreu aos 37 anos em 1890, deixando uma quantidade e qualidade de obras absurdamente impactantes para 10 anos de trabalho. Observar os traços do artista é compreender a genialidade de alguém que pintava em 3D, como definiu uma amiga, só mesmo vendo ao vivo para compreender, algo que fiz quando me deparei com os “Girassóis”, permanecendo minutos petreficado em frente àquela tela.
Autorretrato (1887) |
Girassóis (1889) |
O museu também tem obras de outros autores, entre eles Odilon Redom (simbolismo), com meu quadro favorito de sua obra, “Buddah in his youth (Buda na juventude)”, mas quando você pensa que viu tudo, lá estava, no último andar, um legítimo Monet, e não menos que a obra “A ponte japonesa”, entre outras, como diria meu amigo Marcos da banda "O Bando do Velho Jack", “é de chorar”.
Buddah in his youth Odilon Redon |
The Japanese Bridge Claude Monet |
Para quem quer levar alguma lembrança, tem os souvenirs na Loja do museu, decidimos comprar uma réplica do “Wheatfield sob Thunderclouds” de 1890, (campo de trigo sob o céu nublado - umas das últimas obras) e um livro (em português) sobre a vida e obra de Vincent Van Gogh. No mais, almoçamos lá mesmo no café do museu e descemos à praça. Na verdade são tantos museus, tanta coisa a ser feita, que um dia é pouco, ainda mais em apenas uma tarde.
Wheatfield under Thunderclouds (1890) |
No Museumplein fica o leitreiro “I amsterdam”, devo dizer que todo mundo enlouquece quando vê aquilo. Flashes para todos os lados, com gente dependurada, outros de ponta cabeça, cada um escolhendo a pose perfeita.
Pelo trajeto que fizemos não deu tempo de ir à casa de Anne Frank (fica para próxima), mas pelo menos tivemos um panorama geral da cidade em nossa primeira visita, assim já sabemos nos localizar. A última parada (nº 9) é no Damrak, onde fizemos uma caminhada pelo “Red Light District”, famoso pelos sexshops, cafeshops e pelas profissionais que fazem a alegria dos marmanjos. Nesta área aconselho a andar em grupos ou nas ruas mais movimentadas. O passeio de barco pelos canais fica para próxima, impossível não retornar!