sexta-feira, 2 de março de 2012

Estudando no exterior, com filhos



Quando recebemos a notícia da aprovação do estágio pós doutoral em Wageningen, nossa filha Marcela estava completando três meses. No entanto tivemos mais três meses para preparar todos os detalhes financeiros, de documentação e principalmente psicológico para encarar um ano em um país totalmente diferente com o que estamos acostumados e somente “nós três” (ainda mais vindos de uma família bem grande). Neste período todos perguntavam como seria a adaptação da Marcela aqui e sempre respondíamos que seria a melhor possível, pois com apenas 6 meses, dali pra frente seria tudo normal para ela, já que não conhecia quase nada.


Preparadas as bagagens (duas malas de 32 kg) uma praticamente foi cheia de fraldas, pois não sabíamos o que ia acontecer... Foi a primeira vez que a Marcela viajou de avião e encarou uma viagem de 15 horas (pois ficamos 4 horas parados na pista do aeroporto de Guarulhos aguardando um “problema técnico” com bagagens).

Chegamos em Wageningen sem moradia definida (apesar de horas pesquisando alguma oportunidade pela internet) - aqui é muito difícil encontrar moradia quando se tem crianças, pois é uma cidade considerada para universitários e a maioria dos estudantes vem sozinhos ou, no máximo, em casal. Resolvemos ficar uns dias em um Hotel, onde na mesma semana da chegada fomos visitar um apartamento (que fizemos contato com uma imobiliária ainda no Brasil). Pura coincidência, mas o dono desse blog era o morador anterior do apartamento, e desde daí já nos deu a dica de “fecharmos” o contrato para um ano (até o final do estágio), ou seja, todo o período que ficaremos aqui. 


Devidamente instalados, deu início ao estágio da mamãe e o papai ficou com a Marcela em casa. Com o endereço definido tudo fica mais fácil - a Marcela recebeu mais correspondências que a gente. Foram pedidos de calendário de vacinação, convite para a primeira consulta, e o bom de tudo, de graça. No segundo mês que estávamos aqui a Marcela já recebeu sua primeira vacina européia (o calendário de vacinação é praticamente o mesmo do Brasil, apenas tem um acréscimo de uma vacina de pneumologia, perfeitamente compreensível devido ao clima). A cada dois meses são marcados appointments para uma avaliação médica periódica (seria tipo o SUS do Brasil). Mesmo com todo o cuidado foi inevitável o surgimento de um eczema na pele da Marcela, devido ao clima extremamente seco dentro de casa (por causa do sistema de calefação). Várias “b yhnb fzzfxzz Mn “ (esta parte foi escrita pela Marcela) foram as “extra” consultas (estas feitas pelo convênio, médico da família - huisarts), mas tudo que foi prescrito não adiantou, apenas quando foi encaminhada para um especialista, e usamos a pomada especifica para o tal eczema, tudo melhorou, e melhor ainda, toda medicação será reembolsada pelo convenio. 



Aqui a Marcela começou a engatinhar, andar, viu neve, comeu batata frita, fez aniversário de um aninho, e estamos planejando, em breve que ela frequente alguns dias na daycare (a creche daqui, subsidiada pelo governo) para se integrar com as crianças. Vimos por aqui outros casais que vieram com filhos mais velhos que a pequena Marcela e se adaptaram rapidamente (colocando seus filhos em creches e/ou escolas daqui). 



Devido ao orçamento restrito pelo elevado preço da moradia, ainda é possível realizar viagens, desde que bem planejadas, nada impede viajar com crianças, mas é preciso atentar-se na questão hospedagem, meio de transporte e aparatus necessários à pequena (visando seu bem estar durante a viagem). 

Após seis meses morando aqui podemos chegar a uma conclusão de que mesmo com filhos pequenos não existe motivo para desistir de uma oportunidade de morar em outro país, conviver com outra cultura, vivendo experiências únicas, e voltar para o Brasil com uma bagagem diferenciada por fazer um estágio no exterior.



Um comentário:

  1. Adorei! Beijinhos pra família da Pequena Internacional Marcela..., da família da não tão pequena, mas também Internacional Luna!

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