Um banco holandês, qualquer um que seja, não lembra em quase nada a loucura e as filas dos bancos brasileiros, aliás, para começar não há nem caixas, com aqueles intermináveis guichês (isto mesmo, não há caixas). Todas as transações são feitas diretamente nos caixas automáticos (eletrônicos) ou via internet, ou seja, pagamentos, depósitos, saques, praticamente tudo, somente via máquinas. Há diversos bancos, mas os mais procurados são o Rabobank, ING e o ABN-AMRO. Por já estar familiarizado com o Banco Real (atualmente Santander), resolvi abrir conta no ABN, afinal também ficava a uns 200 metros de casa.
Entrei e passei por um pré-atendimento, onde é feita a abordagem inicial e são solicitados os documentos para abertura de conta: a) Passaporte, b) BSNumber, C) Comprovante de Residência (Contrato de Aluguel na Holanda ou de residência oficial no Brasil) e d) Carta convite da Universidade. Como já tinha todos fui direto para a mesa do gerente e a conversa melhorou quando eu falei que era estudante de doutorado (já sabem até os valores da bolsa). Tudo muito rápido e direto, em 15 minutos (o tempo de tomar um cafezinho oferecido pelo gerente) já tinha o número da minha conta e as orientações básicas, que eu achava que tinha entendido, mas fui surpreendido quando chegou meu cartão (3 dias depois) acompanhado de uma maquininha chamada de e-indentifier (figura abaixo).
Pronto, lá fui eu de novo no banco para ver o que era aquilo, que não passava simplesmente de um dispositivo para acessar e fazer transações em minha conta corrente onde quer que eu fosse. Como assim? Verdade, tal maquininha conecta em qualquer lugar, substitui aquele jogo de senhas malucas dos internet banking no Brasil, sendo acessado exclusivamente com a digitação do “PIN”, que nada mais é do que a senha. A atendente até tirou uma onda dizendo que “até uma velhinha de 99 anos conseguia manipular aquilo” (eu que achava era da geração Y saí do banco me achando um Neandertal). Há também o Chipknip, o chip do cartão, que você pode carregar em uma das diversas máquinas espalhadas pelo país, sistema este que funciona como se fosse um cartão pré-pago, porém sem necessidade de senha, pois a transação é feita diretamente e usa-se para pagamentos de pequeno valor como em estacionamentos, cinemas, transportes públicos. Para se ter uma idéia, nada se paga com dinheiro ou cartão de débito na Universidade, somente via Chipknip, assim para fazer sua refeição por lá somente com o chip devidamente carregado.
Até agora não fui premiado com nenhuma cobrança “surpresa” de uma tarifa fantasma que come de centavos em centavos nosso rico dinheirinho (como ocorre nos bancos no Brasil), assim sempre sei exatamente nos centavos qual é meu real saldo e dessa forma espero que fique.
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